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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Solidão... ou cliché...

Nunca o cliché «sozinho no meio de uma multidão» fez mais sentido. E ganha esta dimensão porque, quando nos sentimos incompletas, por mínima que essa incompletude seja, ganha contactos titânicos, gigantescos.

Diariamente, centenas de pessoas rodeiam os espaços por onde me movimento, os locais por onde passo, os sítios onde permaneço. Olho em volta… estou sozinho… forma-se um imenso e profundo fosso entre o Eu e o Eles. Sinto-me perdido em ambientes demasiado conhecidos. Isolo-me? Ou estarei a ser isolado? Não sei… apenas a minha imperfeição e a impossibilidade de me fazer completar respondem a esta questão…

SIM... SOZINHO NA MULTIDÃO...

Fecho-me em mim… em mim próprio… estou comigo… solto-me comigo… rio comigo, choro comigo… chateio-me comigo… canso-me, farto-me, irrito-me, faço as pazes, passo-me, embirro… comigo… apenas comigo… Ganhei a alcunha de «pequeno, arrogante e prepotente»… simplesmente porque por onde me movimento não me meto com ninguém… estou comigo e quero estar comigo…

O único local onde me sinto plenamente comigo próprio, completo, é no meu quarto… sozinho… luz apagada… na escuridão… onde o tempo e o espaço se perder completamente e perdem toda a importância para mim. Uma dimensão paralela de silêncio, escuridão e solidão onde a engrenagem do pensamento tenta funcionar mas não consegue… por incrível que pareça… o pensamento, esse, só flúi quando estou rodeado, como é agora o caso, e onde me sinto, para além de sozinho, perdido… «Eu ainda não me vivi, nunca me vi».

Mas serei alguma vez capaz de romper com esta parede de silêncios e solidão? De viver numa esfera sem me sentir sozinho? Até lá, permaneço nesta dimensão de palavras e silêncios…

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