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quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

LuxFragil - análise da primeira semana de Fevereiro


Com o início do ano 2007 não foi só o cartaz do Lux que ficou mais feroz. As próprias escolhas musicais dos residentes têm espantado muitos dos que por esta casa, segundo as críticas a melhor do país e uma das melhores da Europa, passam. Um som constantemente actualizado, um respeito e sensibilidade enormes pela pista que têm à frente e uma cada vez maior qualidade no que diz respeito ao tratamento das músicas. Melhorou-se a mixagem das músicas a passagem delas. De quando em vez há um deslize, mas desenganem-se se pensam que se trata de um «prego» de mixagem ou de uma passagem fora do tempo. Nem sempre se consegue controlar os pratos e, de quando em vez, a agulha decide saltar.

O cartaz, como referi, tornou-se mais feroz mas, ao mesmo tempo, mais completo e complexo. Neste momentos consegue-se apresentar, tanto no bar como na discoteca, praticamente tudo de bom que é feito por esse mundo em termos de música. Aqueles que consideram o Lux uma discoteca de música House esquecem-se que o próprio género House está em constante mutação. E se resumíssemos o Lux à designação «Discoteca House» estaríamos apenas a nomear um estilo que lá é passado, mas que nem representa o grosso da programação.

Esta semana, olhando para o cartaz, apraz-me dizer o seguinte: Semana em Cheio. Mas não o têm sido todas as outras?
Guido Scnheider abre a semana, na quinta-feira, com um set que promete. É um produtor veterano que se empenhou a levar o funk electrónico alemão até às últimas consequências, e, na minha opinião, com bastante sucesso.
A sua plataforma de criação chama-se Neue Welten, uma label por onde editou a maior parte das suas primeiras produções e que conseguiu testar, em directo, nos clubes mais prestigiados da Alemanha.
Guido também é o cérebro na sombra do duo Glowing Glisses , que partilha com o vocalista Florian Schirmacher . Os dois editaram pela Poker Flat , um L.P. de altos voos , "Silver surfer" .
Ambos dotaram a electrónica minimalista fria, de um pouco de soul, algo que poucos artistas têm sabido fazer.
Duas das últimas produções de Guido na Poker Flat são 'Unterwegs mit Guido Schneider' (Poker Flat 47) e "Oh My Buffer" (Poker Flat 53). Estas tiveram tanto êxito que podem ouvir-se em qualquer club eclético e colocaram Guido no mapa internacional de produtores aclamados.

Na sexta-feira, aquela que se tem mostrado como uma das djs que melhor conhece a pista que tem pela sua frente, continuará a dar provas de que, cada vez mais, merece destaque entre os melhores DJ’s portugueses. Yen Sung de seu nome. Pessoalmente, tenho alguma pena que tenha deixado de passar temas como REJ – innervisions presents Ame ou como Hello There (Radioslave Remix) – Cagedbaby. Mas percorreu outros caminhos, foi mais longe, e tenho a certeza que escutaremos DoppelWipper do Gabriel Ananda, Mouth to Mouth dos Audion e, com um bocadinho de sorte, ainda seremos brindados com uma das melhores músicas e revelações de 2006, Índia in Me dos Cobblestone Jazz.

No sábado será o dia dos Ruis. Vargas e Murka partilham a pista. Uma dupla que já mostrou trabalhar bastante bem e que demonstra bem uma consistente afinidade musical entre os dois.

Para a semana falarei de Agoria no Lux (para quem não se lembra este dj teve um set marcado no Lux, em Dezembro logo após o concerto dos Cobblestone Jazz, mas que vários motivos nao chegou a pôr som. Agora vem cumprir o set que estava agendado para Dezembro), Prins Thomas e de outras surpresas na nossa discoteca de eleição.

Uma coisa é certa. Em Janeiro a fasquia foi bastante elevada. E Fevereiro não irá, de certeza absoluta, baixar essa fasquia

Na imagem - Guido Schneider