...current state of mind

...bury it
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it...

O descanso do guerreiro

O caminho é longo... o desespero que o povoa ainda mais longo se torna à medida que a meta se vai aproximando, que a certeza de que no fim da meta existe uma intersecção... dois caminhos... um que diz sim e um que diz não...

O caminho é árduo... pavimentado com acessos e retrocessos, com ataques de fúria, ataques de pânico, com desistências à última hora... mas sempre com a certeza de que, qualquer que seja a intersecção a seguir no final, outra batalha começa, outro caminho se abre...

O caminho é intenso... a intensidade de energia que atingimos enquanto o percorremos, enquanto tentamos descobrir o porquê da morosidade e da dificuldade do pavimento, vai atingindo sem querer todos os que nos rodeiam... vamo-nos tornando autências bombas-relógio que, a qualquer segundo, podem rebentar e causar danos incontáveis... danos que só nós sabemos as proporções que podem atingir... danos dos quais se levará tempo a recuperar...

O caminho é uma aprendizagem... uma boa forma de lidar com os nossos nervos... uma excelente maneira de tentarmo-nos controlar... mas para quê? Sempre que se abre um novo caminho estaremos no pico da nossa intensidade, do nosso nervosismo, da nossa descompensação interna... É impossivel haver um controlo frio... até porque não somos pessoas frias e há demasiado a acontecer à nossa volta... Dizer "acalmem-se" é, provavelmente a pior coisa que se pode fazer... tem o efeito contrário... Leva-nos a um estado ainda pior... Só conseguimos verdadeiramente descansar quando atingimos a meta... e encontramos uma tabuleta com a palavra "SIM"...

O caminho passa a ser descanso... evasão... a meta proporciona-nos uma breve pausa antes de recomecarmos... o caminho foi árduo... longo... intenso... feito de aprendizagens e pedras no caminho... feito de explosões e implosões... mas agora, que as cartas estão em cima da mesa é preparamo-nos para as jogar...

Mas não sem antes ter direito ao descanso do guerreiro...

This is the way it ends...

Grey's Anatomy continua a espantar-me... As músicas que acompanham os endings continuam a ser brilhantemente escolhidas e a tornarem-se referências para mim, mesmo que sejam apenas "one hit songs".

Depois de no ending da 5.ª temporada ter surgido "Off I Go" de Greg Laswell, o ending da sexta temporada traz uma das medodias mais bem conseguidas dos últimos tempos, que marca pela simplicidade, e uma letra que é bastante simples mas ao mesmo tempo intensa, forte e emotiva... "The Way It Ends" de Landon Pigg.


Yes or no.
In or out.
Up or down.
Live or die.
Hero or coward.
Fight or give in.

I’ll say it again to make sure you hear me.

The human life is made up of choices.
Live or die.
That’s the most important choice.
And it’s not always in our hands.

Grey's Anatomy

Ending Temporada 6

Crónica: Estudantes à beira de um ataque de nervos

Que hoje, 8 de Julho de 2010, é um dia decisivo para muitos estudantes, toda a gente sabe.

Que hoje foram afixadas as notas referentes à primeira fase de exames nacionais, também é o conhecimento comum.

Que hoje deveriam ser entregues as fichas ENES, elementos obrigatórios a apresentar na candidatura ao Ensino Superior, é facto garantido para os milhares dos alunos envolvidos.

Que o processo está a decorrer com vários problemas em várias escolas, muitos poucos sabem.

De acordo com várias informações que foram chegando ao longo do dia, a Escola Secundária de Sacavém tem tido alguns precalços que estão a impedir que os alunos consigam ter acesso às tão famosas fichas ENES. O professor responsável pelas ditas fichas, que de manhã informou que só estaria de tarde no estabelecimento de ensino, acabou por se ausentar todo o dia. Na minha opinião esta situação não pode ser classificada de outra forma: caricata. Como é que um agente com responsabilidades no processo se pode dar ao luxo de não estar presente num dia decisivo como este.

Para juntar a esta situação, são alguns os casos de alunos que precisam do documento para apresentar a sua candidatura a Instituições Privadas de Ensino Superior. Em alguma destas universidades, o prazo de candidatura termina já na próxima segunda-feira, o que dá aos candidatos uma janela de 48 horas para efectuar e completar todo o processo... 48 horas partindo do princípio que as fichas serão entregues durante o dia de amanhã.

Poderão dizer "48 horas é um prazo perfeitamente suficiente para terminar o processo". Pois bem, é um prazo suficiente... Não fossem alguns dos alunos visados trabalhadores que, assim, vão ter de perder mais um dia de trabalho (o de hoje foi perdido) para conseguirem candidatar-se ao Ensino Superior.

Mais uma vez se nota que a Escola Pública enfrenta graves problemas... está podre... e não há nada nem ninguém que consiga encontrar a fonte do problema.

Detalhe

Às vezes, é nas pequenas coisas que encontramos a plenitude, é nos detalhes que nos completamos e nos tornamos inteiros.

Muitas vezes é também nos detalhes que tropeçamos... são as pequenas coisas que tornam o nosso caminho mais dificil... que nos obrigam a repensar, a repensar-nos e a refundar-nos... a questionar de forma metódica quem somos, o que somos, para quê ser...

A maior parte das vezes... são as pequenas coisas que nos fazem subir... e continuar...

Reparei?

Reparei? Cheguei mesmo a reparar em tudo? Consigo chegar a alguma conclusão? Ou as evidências começam a esbater-se, a esfumar-se?

Vi... vi a forma como se processou, como se deu, como se de um momento para o outro tudo estivesse ligado e fizesse sentido? Cheguei a reparar? Ou foi algo que me passou ao lado, de que não dei conta? Ou fingi conta não dar?

Consigo? Consigo exprimir? Consigo exprimir-me? Exprimir a forma como o processo se deu, como a sucessão de eventos e de inevitabilidade aconteceu, como se duma gigantesca bola de neve se tratasse? Ou fico calado? Sem saber que dizer, sem saber que retirar?

Tento... Tento... ir mais além, mas além que o que posso ir ou mais além do que me é humanamente possivel ir? Pelo menos avanço... ou tento avançar...

Certeza

Sempre... sempre... sempre... sempre... mas depois veio a conclusão e deixou-nos com o nunca... Nunca pode ser, nunca poderá acontecer, nunca poderá correr da forma como queremos que corra....

Talvez... talvez... talvez... talvez... e instala-se a dúvida, a situação que nos deixa no sufoco... que nos impede de avançar, mas ao mesmo tempo nos impele a recuar... o ponto zero onde deixamos de estar e de ser e passamos apenas a existir... sem ser... sem estar... sem conseguir progredir...

Mas... mas... mas... mas... a negação começa a tomar forma... vem, vem a caminhar e em menos de nada, de uma semente, de uma pequena hesitação torna-se num verdadeiro obstáculo, praticamente inultrapassável, algo instransponível, algo que nos impede de progredir... a dúvida, irmã da negação, dá uma ajuda, estende uma mão, e estende-nos ao chão... derrota-nos...

Mas... mas... mas... mas... começamos a duvidar da negação... outra mão nos é estendida, tal corda que nos é lançada, impedindo que naufraguemos... e sem darmos conta, encontramo-nos na margem do rio... sem o nunca... sem a dúvida... sem a negação... mas com o calor e com a verdade da certeza!