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terça-feira, 28 de agosto de 2007

Ingmar Bergman

Ernst Ingmar Bergman, um dos maiores cineastas europeus contemporâneos e um importante dramaturgo, deixou-nos no dia 30 de Junho do corrente ano.

Desde cedo se interessou pelo teatro, mas essa paixão só vem a concretizar-se durante os seus tempos de estudante na Universidade de Estocolmo, onde efectuou os seus estudos. A paixão pelo cinema, essa, só apareceu mais tarde na sua vida. Iniciou a sua carreira no ano de 1941, escrevendo o argumento da peça a "Morte de Kasper" e em 1944 escreve o primeiro seu primeiro argumento para um filme sujo titulo foi "Hets". Em 1945 realiza o seu primeiro filme, «Kris».

As temáticas centrais dos céus filmes são profundamente influenciadas por dramaturgos como Henrik Ibsen e August Stridberg, onde os temas existências da morte, solidão, tempo, Deus ou Não-Deus, tipologias diversas de fé, são abordados e retratados de uma forma imparcial, mas ao mesmo tempo encerrando uma profunda lição/moral. São literalmente representados pedaços partidos e espelhos dilacerados da alma e existência humanas.

Bergman coloca questões. Cada um dos seus filmes gira à volta de uma questão, que se pode assumir como fracturante, sensível, passível de profunda discussão. Ao longo do filme, Bergman vai tentando procurar e dar aos espectadores as respostas aos espectadores. Mas não as dá sem alguma luta. Na maioria dos casos são os próprios espectadores que têm de procurar, se não no filme, na sua própria experiência a resposta a tais questões.

Teve um romance com Liv Ullmann com quem teve uma filha. Dirigiu esta acrtiz em dez filmes, o primeiro dos quais «Persona».

Talvez o melhor comentário sobre Ingmar Bergman, ou provavelmente um dos melhores resumos da filosofia da sua obra, tenha partido de Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipa. O director está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é fazer a si proprio perguntas; filmar é encontrar as respostas a essas perguntas. Nada poderia ser mais classicamente romântico». (Jean-Luc Godard, Bergmanorama, Cahiers du cinéma, Julho - 1958).

O director e argumentista morreu em sua casa aos 89 anos, de forma tranquila, segundo sua filha, Eva Bergman – e, curiosamente, no mesmo dia em que faleceu Michelangelo Antonioni. A sua última obra foi Saraband, que estreou em 2003.
Jorge Durões com Wikipédia
Alguns excertos de filmes de Ingmar Bergman
Saraband - 2003
Persona - 1966
Morangos Silvestres - 1957
O Sétimo Selo - 1956

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