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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um dia...

Um dia... Um dia... Um dia...


Um dia ainda vou acordar com a sensação de dever cumprido, com a sensação de que tudo foi feito e de que tudo está onde deve estar...


Um dia ainda vou sentir que nada foi por acaso, que o sofrimento não foi em vão, que as pernas não me foram quebradas ao longo do caminho...


Um dia... um dia ainda vou ponderar desaparecer, sumir... tornar-me invisível... diminuir-me... um dia... um dia ainda vou pensar que não faz sentido e que o movimento deveria ter sido um inverso...


Mas um dia... um dia tudo voltará a ser como deve ser... tudo será reposto... tudo será reorganizado... A arquitectura da vida, que tantos deslizes comete, não se engana... destrói... destrói-me... só me tem sabido destruir... sem me construir uma ponte para que o meu caminho seja menos árduo... mas um dia... A arquitectura da vida vai restabelecer as pontes... as pontes que tudo de volta trarão até mim...


E nesse dia... nesse dia... nesse dia a terra tremerá, o sol brilhará com mais intensidade... o vento soprará como nunca o fez... e nesse dia... a plenitude será finalmente atingida.

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