O descanso do guerreiro

O caminho é longo... o desespero que o povoa ainda mais longo se torna à medida que a meta se vai aproximando, que a certeza de que no fim da meta existe uma intersecção... dois caminhos... um que diz sim e um que diz não...

O caminho é árduo... pavimentado com acessos e retrocessos, com ataques de fúria, ataques de pânico, com desistências à última hora... mas sempre com a certeza de que, qualquer que seja a intersecção a seguir no final, outra batalha começa, outro caminho se abre...

O caminho é intenso... a intensidade de energia que atingimos enquanto o percorremos, enquanto tentamos descobrir o porquê da morosidade e da dificuldade do pavimento, vai atingindo sem querer todos os que nos rodeiam... vamo-nos tornando autências bombas-relógio que, a qualquer segundo, podem rebentar e causar danos incontáveis... danos que só nós sabemos as proporções que podem atingir... danos dos quais se levará tempo a recuperar...

O caminho é uma aprendizagem... uma boa forma de lidar com os nossos nervos... uma excelente maneira de tentarmo-nos controlar... mas para quê? Sempre que se abre um novo caminho estaremos no pico da nossa intensidade, do nosso nervosismo, da nossa descompensação interna... É impossivel haver um controlo frio... até porque não somos pessoas frias e há demasiado a acontecer à nossa volta... Dizer "acalmem-se" é, provavelmente a pior coisa que se pode fazer... tem o efeito contrário... Leva-nos a um estado ainda pior... Só conseguimos verdadeiramente descansar quando atingimos a meta... e encontramos uma tabuleta com a palavra "SIM"...

O caminho passa a ser descanso... evasão... a meta proporciona-nos uma breve pausa antes de recomecarmos... o caminho foi árduo... longo... intenso... feito de aprendizagens e pedras no caminho... feito de explosões e implosões... mas agora, que as cartas estão em cima da mesa é preparamo-nos para as jogar...

Mas não sem antes ter direito ao descanso do guerreiro...