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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

E se...

E se de repente acordasses e o mundo à tua volta tivesse mudado completamente? Qual seria a sensação que te invadiria nesse momento? Se a tua vida tivesse dado uma volta completa, e tu, para acompanhares as mudanças que inesperadamente surgiam e que com muito custo tentarias assimilar, te esquecesses de ti, te anulasses, anulasses tudo aquilo que tinhas sido até ao momento em que adormeceste?
Se de repente olhasses para o lado visses que as pessoas tinham perdido completamente a noção de aqui e agora, de tempo, espaço, de si próprias, movendo-se maquinalmente, qual sistema perfeito de montagem, sem parar, sem olhar à sua volta, sem estender a mão a quem precisa, sem um olá, um bom dia, uma boa noite, um «Como está?»?
Se de repende todo tu começasses a entrar, a pouco e pouco nesse esquema de sociedade perfeitamente controlada e controlavél, sem recurso à subjectividade, onde o sonho, a esperança, a própria luz do sol não existissem, como que tivessem sido banidos, dando lugar apenas a um perfeito sistema meticulosamente engendredado e aplicado, onde a entropia não existia nem conseguiria corromper essa perfeita esfera maquinal?
E se de repente te sentisses só nesse sistema? Te sentisses ignorado, isolado, fechado, em que as pessoas olhassem para ti como algo de estranho, como uma anomalidade no interior do sistema, uma anomalidade que tem de ser combatida e anulada?
Se de repente tudo isto te acontecesse, deixar-te-ias anular? Integrarias o sistema? Deixavas-te assimilar? Deixarias de ser quem e o que és?
Como seria? tornar-te-ias mais um, em vez de um, ou terias forças suficientes para voltares a adormecer na esperança de que quando voltasses a acordar tudo voltasse àquilo que conheces?
«Mais importante que ter coragem para avançar é ter coragem para dizer não e ficar»

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