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quarta-feira, 30 de maio de 2007

Excentricidades...

"Devemos andar sempre bêbedos. Tudo se resume nisto. É a única solução! Para não sentires os tremendo fardo do Tempo que te despedaça os ombros e te verga para a terra, deves embriagar-te sem cessar. Mas com quê? Com vinho, com poesia, com música ou com a virtude, a teu gosto. Mas embriaga-te! E se alguma vez, nos degraus dum palácio, sobre as verdes ervas duma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que passou, a tudo o que gemeu, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunta-lhes que horas são? São horas de te embriagares! Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia, com música ou com a virtude, a teu gosto. Mas embriaga-te!"
Baudelaire
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"Escolho os meus amigos não pela cor da pele ou outro critério qualquer, mas sim pela pupila. Tem que ter o brilho questionador e a tonalidade inquietante. A mim não me interessam os bons de espirito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. Quero que me tragam dúvidas e angústias, que aguentem o que há de pior em mim e quanto a isso, só mesmo se forem loucos. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também as suas maiores alegrias. Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois vendo-os loucos e santos, malucos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que «normalidade» é uma ilusão imbecil e estéril..."
Oscar Wilde

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