
Diariamente, centenas de pessoas rodeiam os espaços por onde me movimento, os locais por onde passo, os sítios onde permaneço. Olho em volta… estou sozinho… forma-se um imenso e profundo fosso entre o Eu e o Eles. Sinto-me perdido em ambientes demasiado conhecidos. Isolo-me? Ou estarei a ser isolado? Não sei… apenas a minha imperfeição e a impossibilidade de me fazer completar respondem a esta questão…
SIM... SOZINHO NA MULTIDÃO...
Fecho-me em mim… em mim próprio… estou comigo… solto-me comigo… rio comigo, choro comigo… chateio-me comigo… canso-me, farto-me, irrito-me, faço as pazes, passo-me, embirro… comigo… apenas comigo… Ganhei a alcunha de «pequeno, arrogante e prepotente»… simplesmente porque por onde me movimento não me meto com ninguém… estou comigo e quero estar comigo…
O único local onde me sinto plenamente comigo próprio, completo, é no meu quarto… sozinho… luz apagada… na escuridão… onde o tempo e o espaço se perder completamente e perdem toda a importância para mim. Uma dimensão paralela de silêncio, escuridão e solidão onde a engrenagem do pensamento tenta funcionar mas não consegue… por incrível que pareça… o pensamento, esse, só flúi quando estou rodeado, como é agora o caso, e onde me sinto, para além de sozinho, perdido… «Eu ainda não me vivi, nunca me vi».
Mas serei alguma vez capaz de romper com esta parede de silêncios e solidão? De viver numa esfera sem me sentir sozinho? Até lá, permaneço nesta dimensão de palavras e silêncios…
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